MOMENTO ACORI: Calistenia – A musculação das ruas

Subir em árvores e muros, pendurar-se barras e brinquedos de parques, escalar, saltar, etc. Essas e muitas outras “brincadeiras” de infância parecem familiar?

Se você algum dia já fez essas ou outras brincadeiras que exijam que você, de alguma forma, tenha que elevar o peso do seu próprio corpo, meus parabéns, pelo menos uma vez na sua vida você já praticou calistenia.

A calistenia nada mais é do que uma modalidade de exercício em que não se utiliza sobrecargas externas, ou seja, aparelhos de academia, halteres, tornozeleiras, elásticos ou molas. A resistência imposta a este tipo de exercício é o peso do próprio corpo. Os exercícios mais clássicos utilizados nesta modalidade são: a elevação do corpo sobre uma barra fixa e a flexão de braço sobre o solo, também conhecido como apoio sobre o solo.

Essa modalidade, talvez seja uma das mais antigas formas de treinamento para aumento de força muscular. Com a evolução nos estudos sobre treinamento de força, o aparecimento dos ginásios e academias de musculação a calistenia caiu no desuso sendo utilizada apenas como metodologia de treinamento coletivo e/ou para testes de aptidão física, utilizado principalmente pelas forças armadas.

Em função de sua praticidade e o baixo custo, a calistenia está ganhando destaque entre atletas e amantes da modalidade, pois a sua prática exige força, coordenação, equilíbrio e uma boa dose de consciência corporal. Os exercícios podem ser feitos em casa, na rua ou em praças públicas, podendo ser utilizados barras fixas, barras paralelas, pranchas e fitas para treino suspenso, popularmente conhecido como TRX. E, na falta de quaisquer um desses itens, o solo se torna um bom campo de treinamento, basta ter conhecimento sobre os exercícios e conciliá-los à criatividade.

A calistenia já é praticada em mais de 90 países, tendo a Rússia e os Estados Unidos como referência. Por se tratar de um exercício feito, na maioria das vezes, na rua, esse tipo de exercício também ficou conhecido como “Street Workut” (Treino de rua).

Como benefícios, a calistenia proporciona aumento de resistência e força muscular, equilíbrio e melhorias no condicionamento cardiorespiratório, sendo esse um método extremamente recomendável para melhorar a performance em diversos outros esportes, especialmente para quem está com o orçamento curto para academias ou aulas particulares. A corrida é um bom exemplo de esporte que pode se beneficiar com o treino calistênico, ou Streete Workout, como queiram.

As outras vantagens atribuídas à calistenia estão associadas ao convívio social e à possibilidade de ser um exercício praticado ao ar livre. O fato de não exigir equipamentos também é um atrativo, pois o custo para a sua prática é baixo.

No Brasil, já existem diversos grupos de praticantes, e o número de adeptos não para de crescer. Esses grupos podem ser encontrados facilmente pela internet.

Mas não se engane, achando que se trata de uma brincadeira de criança. Conforme foi dito na introdução desse texto, a calistenia é uma atividade que exige força e coordenação. A sua prática requer familiaridades com exercícios físicos. Portanto, apesar de ser um exercício de fácil acesso, assim como a corrida, não dispensa a orientação de um profissional qualificado. Faço questão de destacar o termo qualificado, pois não basta ser profissional da área do esporte, o mesmo deve ter conhecimento no assunto, simplesmente por ser algo específico, com moderado risco de lesões e por ser pouco difundido no Brasil.

Lembrem-se, a orientação é de suma importância na prática de qualquer modalidade esportiva.

Finalizando, faço minhas as palavras que vi em um adesivo há muito tempo: “Esporte não é droga! Pratique!”

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Flavio Martelozo

Flávio Rosa Martelozo, fisioterapeuta formado pela PUC-PR (2000), especialista em Fisiologia do Exercício pelo Instituto Brasileiro de Pós Graduação e Extensão (2002), Curso de Extensão Universitária Em Fisioterapia Traumatológica e Ortopédica pela Faculdade Evangélica do Paraná (2004), Especialista em Acupuntura pelo Instituto Brasileiro de Terapias em Ensino (2012). Atualmente, trabalha como profissional autônomo em consultório próprio, e em parceria com empresas de Florioanópolis em Cursos, Assessorias e Perícias em Fisioterapia. Ele escreve o Momento Acori, coluna com dicas da Associação dos Corredores de Itapoá.

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