A cultura do egocentrismo, por Thiago Gusso
Não raramente me pego pensando em algumas situações que não consigo compreender as razões. Ao refletir sobre o que eu escreveria nessa derradeira coluna de 2017, várias coisas que acompanhei durante o ano me vieram em mente e, em especial, algumas atitudes inesperadas, quais em alguns casos, atrapalharam substancialmente o desenvolvimento de relevantes ações no cenário local.
Vi neste ano que se encerra, uma Itapoá muito forte nas ações sociais coletivas que envolveram comunidade e Poder Público em parcerias inéditas e sem excesso de vaidades de ambas as partes, com várias delas tendo resultados expressivos, quais podemos citar, o belo evento de carnaval, promovido pela Prefeitura, com o apoio dos artesãos locais, e pelo comércio, por exemplo. Essa parceria “Poder Público & Iniciativa Privada”, em especial, tem dado o que falar positivamente, agora com ações de Natal e que provavelmente se estenderá às de temporada de verão.
Do outro lado, algo que me incomoda bastante e, tenho certeza, traz imensurável atraso à nossa cidade, são as atitudes individualistas de quem assume posição de destaque em determinado segmento do Poder Público e, ao invés de incentivar e apoiar ações de grupos e empresas locais, passa a literalmente “jogar contra”. Para esses, apenas o que é deles ou leva seus nomes, individualmente falando, tem algum valor.
Ora, se Itapoá tem o que procuramos e com qualidade reconhecida por quem é daqui, por que buscamos fora “produtos” que nós mesmo, enquanto coletivo (independentemente de iniciativa pública ou privada), produzimos? Uma resposta a essa questão, que seria muito plausível não fosse a forma como isso ocorre, é a diversificação. Realmente, explicaria, mas não há diversificação quando se exclui um em função do outro. Não há diversificação quando a defesa dos interesses coletivos locais não passam de belos discursos sem sustentação na prática. Não há diversificação quando, além de não apoiar, tenta-se inviabilizar o que é daqui, por motivos políticos ou pessoais, pouco importa. Diversificar é unir, diversificar é somar. Quem não entende isso não pode exercer função de destaque no Poder Público, onde o pensamento coletivo deve sempre prevalecer, sob a pena de sérios e irreversíveis atrasos sociais.
O que falta é praticar a verdadeira defesa daquilo a que se propõe, ainda que isso signifique deixar a vaidade de lado e reconhecer que precisa do outro para alcançar “voos maiores”. Tudo o que escrevo não é um capricho e nem desejo individual, mas questão de sobrevivência em sociedade.
Caso a união por interesses em comum não seja a base de nossa incessante busca pela Itapoá que idealizamos, todo o resto será pura demagogia.
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