“Meu pai morreu de medo e de nervosismo”, afirma filha de vítima da Covid-19. Ela contou a história do pai em campanha de conscientização
Loirton Sell tinha 61 anos, morava em Campo Alegre e dedicou a vida a percorrer o Brasil. Caminhoneiro, por vezes, passava meses longe da família, mas sempre com orgulho de sua profissão e muito amor por sua esposa, suas duas filhas e seus netos. Mesmo quando estava distante, fazia contato diariamente. Sua filha, Ariane Sell Ossovski, procurou a Amunesc para contar a história quando soube da campanha de conscientização. Segundo ela, ele fazia de tudo pelos quatro netos. Com o início da pandemia no país, em março do ano passado (2020), ele decidiu dar um tempo nos trabalhos.
“Ele tinha muito medo dessa doença. Quando começou a pandemia, ele chegou a recusar trabalho e ficar em casa por dois meses em isolamento, porque estava com muito medo de viajar. Ao voltar a trabalhar, ele mesmo fazia sua comida nas caixas de cozinha do caminhão. Ele evitava ir em restaurante, não comprava nada fora, de tanto medo que ele tinha. Quando ele precisava usar o banheiro, passava álcool até na fechadura da porta que ele usava. Era a pessoa da nossa família que mais se cuidava”, disse a filha.
Apesar de não saber ao certo onde contraiu o vírus, Loirton acreditava que tinha sido justamente na única vez em que ele não fez sua própria comida. “Ele dizia que naquela viagem ele comprou uma marmita, e dizia que pegou Covid dessa marmita”, diz Ariane.
Loirton foi internado em setembro de 2020. “No dia que ele internou, ainda tinha vaga na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e o médico decidiu colocar ele por precaução na UTI, não que ele estivesse precisando. Isso foi numa quinta-feira. Dali em diante, nós não tivemos mais contato com ele. A gente só sabia por ligações como ele estava. Do dia que ele foi internado até o dia que ele foi intubado, a gente só tinha notícias boas dele, a gente não tinha notícias ruins. Tinha um colega nosso que era enfermeiro e dizia ‘ih, o teu pai tá bem, tá até falando em trabalhar. Daqui a pouco, ele está em casa”, declarou Ariane.
Infelizmente, seu quadro evoluiu. No total, Loirton teve quatro Acidentes Vasculares Cerebrais, um deles hemorrágico, e falência renal. A família foi chamada algumas vezes ao hospital, e a sensação que tinham era de que sempre receberiam a pior notícia. “Em um dos dias que fomos visitá-lo, apesar de só termos visto ele pelo vidro, nós nos unimos, rezamos, oramos, transmitimos muita energia. E eu sei que ele sentiu, porque depois ele começou a melhorar. Foi uma semana só de notícias boas. Aos poucos, foram diminuindo a medicação, tirando os sedativos. Ele realmente estava apresentando melhoras. Mas então quando ele saiu do isolamento e a família pode visitá-lo, já tivemos a impressão de que ele não estava bem, porque ele não estava reagindo à retirada de medicamentos”, contou a filha.
A suspeita era de morte cerebral. Os exames que responderiam à dúvida dos médicos não foram conclusivos: um deu positivo e outro negativo. Pouco tempo depois, Loirton não resistiu às complicações da Covid-19.
“Esses dias vi uma reportagem que agora estão fazendo chamadas de vídeo com as pessoas que estão na UTI, e eu tenho certeza que se tivesse isso naquela época ele tinha se salvado, porque eu sei que ele morreu de medo e de nervosismo”, afirmou Ariane, que faz um apelo: “as pessoas que pegarem essa doença, não tenham medo dela. Tratem, se cuidem, cuidem das pessoas que estão em casa, se isolem, lutem contra ela, mas não tenham medo. Porque o psicológico faz coisa. Ele mexe com a pessoa. É muito triste essa situação”, concluiu.
Esta história é real.
A pandemia é real.
O cuidado tem que ser real.
Uma campanha Amunesc (Associação dos Municípios do Nordeste de Santa Catarina), Amvali (Associação dos Municípios do Vale do Itapocu) e Amplanorte (Associação dos Municípios do Planalto Norte de Santa Catarina).
Os materiais desta campanha estão sendo divulgados nas redes sociais da Amunesc, Amvali e Amplanorte, as associações responsáveis pelo projeto. Pessoas interessadas em contar suas histórias podem entrar em contato com as assessorias, através dos e-mails imprensa@amunesc.org.br, imprensa@amvali.org.br e imprensa@amplanorte.org.br
Da Assessoria de Imprensa da Amunesc, com adaptação da Tribuna de Itapoá.
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