Entre chamas, mar e terra, sempre prontos a salvar

“Vida alheia e riquezas a salvar” é uma frase, um lema e é também o que move a rotina dos heróis de farda vermelha e amarela. Uns entram por acaso na profissão, outros têm a ideia fixa de ser bombeiro militar desde a infância. Mas, independentemente da maneira como chegaram a esse trabalho, o fato é que diariamente eles salvam vidas. Seja num acidente de trânsito, doméstico, ou até mesmo diante das labaredas de fogo, eles precisam manter a calma e dar sempre o melhor de si para uma vida alheia ou uma riqueza a ser salva.

Com a ideia de fazer a diferença na sociedade e a diferença na vida dos outros, o Tenente Alexandre Rogge, escolheu sua carreira de bombeiro militar. Há quatro anos na corporação e, desde o início deste 2018, no comando dos bombeiros de Itapoá, Rogge conta que já na época do CFO (Curso de Formação de Oficiais), na capital Florianópolis, uma ocorrência marcou sua vida. “Eu estava no estágio e fomos atender as vítimas de um acidente de trânsito que envolvia um capotamento. Havia uma vítima presa nas ferragens, estava consciente, e nós demoramos aproximadamente uma hora para conseguir retirá-la das ferragens. Durante esse tempo todo, precisamos tranquilizar a vítima”, diz. Essa foi a primeira ocorrência que o tenente, na época estagiário, atendeu com tamanha gravidade.  “Passado o tempo, a vítima foi até o quartel agradecer a equipe, e contou o quão importante foi aquele momento em que estávamos tranquilizando e passando segurança para ela”, relembra.

FOTO: Arquivo pessoal/Alexandre Rogge.

Já o soldado BM Marcus Vinicius Ceschini Santos, há seis anos integra a corporação do Corpo de Bombeiros e há quatro está em Itapoá. Ceschini iniciou carreira profissional na Força Aérea Militar Brasileira e, então, em 2011, prestou concurso para o CBMSC (Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina). “A princípio, fiz a prova por gostar da carreira militar, mas após meu ingresso no Centro de Formação de Bombeiros, na cidade de Florianópolis, identifiquei-me mais ainda com a profissão bombeiro militar. Além de ser um serviço que exige treinamento constante, é uma profissão muito dinâmica. Temos que saber um pouco de cada área”, explica Ceschini.

De resgate veicular, atendimento pré-hospitalar, salvamento aquático, terrestre a até mesmo salvamento nas alturas, são eles os heróis de farda que estão de prontidão para atender a quem precisar de ajuda. Para o soldado Ceschini, apesar de toda a dedicação ao trabalho,  sempre há ocorrências que ficam mais presentes na lembrança do que outras. Ele conta que, certa vez, estava na escala do caminhão, mas foi ajudar no salvamento de um bebê de 16 dias que estava engasgado com leite. “Outro bombeiro que atendeu a ligação foi passando as instruções de como a mãe poderia realizar as manobras de tapotagem. Eu não pensei nem por um segundo e embarquei na ambulância para ajudar. Fizemos os procedimentos, fomos até o hospital realizando a manobra, e auxiliamos  durante 40 minutos, a equipe médica, mas infelizmente, a criança não sobreviveu. O que mais me marcou nesta ocorrência foi escutar o momento em que o médico deu a notícia à mãe, o grito de desespero. Naquele momento, fui dar um abraço nela e prestar minhas condolências. Acredito que nossas vitórias são muito gratificantes, porém as vezes que não conseguimos salvar uma vida é muito triste e isso marca profundamente a gente, pois somos seres humanos como outro qualquer”, comenta Ceschini, que se orgulha ao dizer que não há nada mais gratificante do que trabalhar no que ama. “Ainda mais por se tratar de um trabalho em prol da segurança e da comunidade”, conclui.

O medo pode estar presente ao arriscar a própria vida pela vida do outro. O tenente Rogge explica que é positiva a presença do medo, porque evita que o bombeiro faça algo que não seja técnico, profissional. “É importante ressaltar que passamos por vários treinamentos em situações extremamente exigentes, tanto no âmbito físico quanto psicológico, porém em ambientes controlados. Assim, quando for preciso agir, sabemos que estamos preparados”, conclui.

Nesta segunda-feira, dia 02 de julho, em que é comemorado o Dia do Bombeiro Militar Brasileiro, a Tribuna de Itapoá parabeniza todos os bombeiros pelo belo trabalho que realizam em prol de toda a sociedade.

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Luana Cristina

Jornalista pela Univali (Universidade do Vale do Itajaí), já trabalhou em veículos de comunicação em Santos (SP), editoras de revistas de Balneário Camboriú e Itajaí. Atualmente, integra a equipe de jornalismo do site Tribuna de Itapoá e do jornal impresso Itapoá Notícias.

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