“Um ano perdido?”, por Augusta Gern

Tenho recebido muitas mensagens e figurinhas sobre riscar o ano de 2020 do calendário ou pularmos com pressa para o próximo ano. Isso me fez refletir um pouco sobre este ano, ou melhor, sobre esses oito meses que já se passaram…

Sem dúvidas, este foi um ano de perdas. Se já não bastasse a pandemia do novo coronavírus e a triste marca de mais de 100 mil mortes no país e mais de 700 mil no mundo, precisamos lidar com ciclone bomba, assistir ao desastre no Líbano, ver mãe morrer para proteger a filha a poucas quadras de casa. Esse ano foi um ano de perdas de vidas, de saúde e de muitos momentos. Infelizmente, um ano histórico!

Mas, o que mais vivemos? A gente perdeu, e muito. Mas também ganhou. Você já reparou que ganhou uma nova forma de ver e viver a vida?

O brinde com colegas e até desconhecidos deu lugar para mais tempo com quem está realmente pertinho; o tempo e a distância mostraram com quem podemos contar e de quem fica a saudade; para alguns foi tempo de se reinventar com os filhos; para outros foi tempo de renovar a espiritualidade; para todos foi tempo de dar o devido valor e cuidado à saúde. Estudos até mostram que as pessoas estão se alimentando melhor depois da chegada do vírus: menos comidas industrializadas e até menos desperdício de comida, uma boa né?

E sobre as novas vidas que chegaram e vem por aí? Lá em maio, fizemos um levantamento aqui no jornal sobre o número de crianças que nasceram nos primeiros meses da pandemia: no cartório, foram 60 registros de nascimento só de março a junho. Esses são alguns dos itapoaenses que nasceram em meio ao coronavírus, e os que foram gerados? Por aqui, sem esforçar muito a memória, passa dos dedos das mãos, o número de conhecidos que aguardam uma nova vida. E o que isso significa? Não é mais tempo entre os casais não (até porque para muitos o trabalho não parou, o relógio parece correr mais depressa e os preservativos continuam sendo fabricados e distribuídos). Acredito no amor! São fruto daquele momento de repensar na vida que você quer daqui para frente, a continuidade que você quer deixar para o mundo. Uma nova geração de itapoaenses vem por aí e, contrariando tantas perdas, quem sabe não são a lição de seguirmos todos os cuidados e ensinamentos deste período?

No balanço geral, entre perdas e ganhos, a balança pode ser não equilibrada, mas ela existe e precisa nos fazer pensar. Os ganhos, os aprendizados e as novas gerações já estão aí, basta a gente tentar fazer diferente daqui pra frente para virar o jogo e, daqui em diante, só ganhar.

Assim, não apaga 2020 do calendário, não. Entre perdas e ganhos, ele veio para ensinar!

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Augusta Fehrmann Gern

Augusta Gern. Jornalista pela Instituição Educacional Bom Jesus / Ielusc (2012) e mestre em comunicação pela Universidade Federal do Paraná - UFPR (2017). Tem experiência em assessoria de imprensa, comunicação empresarial e redação e, atualmente, trabalha com produção de conteúdo e assessoria de imprensa.

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