Marlon Neuber vira réu na Operação Mensageiro

O prefeito afastado de Itapoá, Marlon Neuber (PL), tornou-se réu em desdobramento da Operação Mensageiro, que investiga suposto esquema de propinas no serviço de coleta de lixo em municípios de Santa Catarina. A decisão foi tomada pela 5ª Câmara Criminal do TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina) nesta quinta-feira, dia 27 de abril. Isso significa que o Poder Judiciário aceitou a denúncia formulada pelo Ministério Público e, a partir de agora, Marlon começa a oficialmente responder o processo judicial. De acordo com o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), Neuber é suspeito de receber propina para favorecer empresa de saneamento na prestação de serviços na cidade.

A investigação apura a empresa de saneamento Serrana, agora chamada Versa Engenharia Ambiental, que atende várias cidades do Estado, onde há suspeitas de corrupção no serviço de coleta de lixo. Segundo o MPSC, um funcionário da empresa, chamado de “Mensageiro” na investigação, era responsável pela entrega das propinas aos prefeitos.

Neuber foi preso em dezembro de 2022, suspeito de participação no esquema criminoso, que teria ocorrido em diversas cidades, no que o MPSC classifica como “maior esquema de propinas da história do Estado”. Ao todo, sete prefeitos foram presos preventivamente pela Mensageiro.

Em março, a Câmara de Vereadores de Itapoá aceitou o pedido de afastamento solicitado pelo próprio Neuber. A medida garante que o prefeito preso não perca o mandato imediatamente.

A Operação Mensageiro já havia definido outros réus em 13 de abril, incluindo os prefeitos de Pescaria Brava, Deyvison Souza (MDB), de Papanduva, Luiz Henrique Saliba (PP), e de Capivari de Baixo, Vicente Corrêa Costa (PSL). Um cunhado de Neuber também virou réu no processo, assim como seu chefe de gabinete à época.

O município de Itapoá tem relação comercial com a Serrana desde 2011, com contratos para serviços de destinação de lixo e saneamento. O MPSC registrou movimentações que apontam que Itapoá pagou à Serrana ao menos R$ 12,9 milhões em 10 anos. A defesa de Neuber afirma que a acusação não tem fundamento e que irá provar sua inocência durante o processo.

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