Ápice da temporada começa com falta de água em Itapoá

Ao que tudo indica, inicia neste domingo, dia 28 de dezembro, a semana mais movimentada do ano em Itapoá. Porém, antes mesmo de ter início este período, munícipes e turistas da Cidade já sofrem com a falta de importantes serviços. A falta mais sentida, certamente, é a da água. Com a temperatura no Município se aproximando dos 35°C, a ausência do líquido nas torneiras causa diversos transtornos.

Segundo apurado pelo site Tribuna de Itapoá, falta água desde a sexta-feira, dia 26 de dezembro, em pelo menos duas comunidades – a do Pontal e da Barra do Saí (extremos Sul e Norte do Município). A água até chega aos encanamentos baixos dos imóveis em determinados horários, mas com pressão insuficiente para subir até as caixas d’água.

No balneário Rainha, os consumidores alegam que a água está vindo com uma espécie de pó. “Se eu lavo uma peça de roupa, principalmente clara, preciso esperar secar, para batê-la e tirar o pó que fica da água”, conta uma munícipe.

Em Itapema do Norte e balneário Paese, o problema encontrado é outro. A água até chega aos imóveis, mas com uma cor escura, bastante turva. “Nem os cachorros bebem”, desabafa um morador.

No dia 13 de outubro de 2012, a Itapoá Saneamento começou a operar o serviço de abastecimento de água na Cidade, com a promessa de que o problema de falta de água na alta temporada seria resolvido, definitivamente, em dois anos, quando estaria concluída a construção da nova estação de tratamento de água. O prazo venceu no último mês de outubro, e a promessa não foi cumprida.

Em fevereiro deste ano (2014), Renato Camargo, diretor executivo da Itapoá Saneamento, concedeu uma entrevista ao Jornal Em Foco, na qual ele reforçava que uma das metas era acabar com a falta da água nesta temporada de 2014/2015. “O que eu queria dizer é que o intuito da Itapoá Saneamento é sempre estar prestando o melhor serviço. Estamos trabalhando duro para que a gente consiga cumprir nossas metas contratuais e para que a próxima temporada não se tenha falta d’água”, disse ele à época.

Passado um mês, no início de março, logo após o carnaval, ocasião em que também houve grande falta de água em Itapoá, a Prefeitura local deu a entender (em nota publicada no site institucional) que o problema não seria solucionado neste ano de 2014, contrariando o que havia prometido a empresa. No texto publicado pela Assessoria de Imprensa do Poder Executivo Municipal, há sete itens. Em um deles, a Prefeitura fala na construção da nova estação de tratamento e do novo sistema de adutoras, mas não cita tais obras como a solução definitiva do problema, tal como era citado pela Itapoá Saneamento no início da concessão. Os dois últimos itens do texto que a Prefeitura publicou tentam justificar a falta de solução para o problema, alegando que isso ocorre devido ao grande crescimento populacional e de turistas na Cidade.

Em março, a Câmara de Itapoá aprovou um projeto de Lei que previa multa à Itapoá Saneamento em caso de interrupção do serviço. O projeto foi vetado pelo Prefeito Municipal de Itapoá, Sérgio Aguiar (PMDB), que o considerou inconstitucional. Em maio, porém, o veto foi derrubado, com os votos dos vereadores Carlito Custódio Júnior (PR) – autor da proposta; Ernesto de Aquino (PSC); Gerando Weber (PSDB); Márcia Soares (PSDB) e Osni Ocker (PR). Votaram contra a instituição da multa, os vereadores Daniel Silvano Weber (PMDB); Edson da Cunha Speck (PMDB); Jocélio Pinheiro (PMDB) e Thomaz Sohn (PP). Assim, no dia 26 de maio de 2014, foi promulgada pelo presidente da Câmara biênio 2013/2014, a Lei Ordinária Municipal nº 522/2014, que “fixa multa para a prestadora de fornecimento de água no município de Itapoá em decorrência da interrupção do serviço ao consumidor”.

A Lei estabelece, em seu artigo 4º, que a detentora dos serviços de fornecimento de água fica obrigada a publicar, por meio eletrônico, mapa dos pontos onde não houve fornecimento do serviço, atualizando-o diariamente, fato ainda não observado no site da empresa.

Não fica clara, na Lei em questão, a forma como o seu cumprimento será ou está sendo fiscalizado, o que faz muitos desconfiarem de que ela não terá aplicação prática.