Professores de Itapoá aderem à greve por melhorias na Educação de SC
Em busca de valorização profissional e melhorias na Educação do Estado de Santa Catarina, o Sinte-SC (Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado de Santa Catarina) declarou greve do magistério estadual a partir do último dia 24 de março. Enquanto o Sindicato argumenta que o Governo quer acabar com conquistas históricas da categoria, o Governo se defende, alegando que tais medidas precisam ser implementadas para que a descompactação da carreira possa ser viabilizada. Por isso, segundo a Secretaria Estadual de Educação, são necessários cortes e enxugamento da máquina administrativa, de forma não ultrapassar o percentual do limite prudencial estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal. “Ora, educação não é gasto, é investimento”, justifica o Sinte-SC.
O estopim desse impasse entre Governo do Estado e os profissionais do magistério foi a publicação de uma medida provisória que altera a remuneração dos professores ACT’s (admitidos em caráter temporário), retirando a regência de classe e criando o prêmio batizado de incentivo à sala de aula. Essa medida foi enviada à Alesc (Assembleia Legislativa do estado de Santa Catarina) e, no entendimento do Sindicato, oficializa a terceirização dos trabalhadores e trabalhadoras temporários, que passam a ser contratados como horistas, o que precariza a relação do trabalho do setor, em que esses profissionais passam a atuar como prestadores e prestadoras de serviço, de forma a fragmentar a carreira e a categoria.
Pelo outro lado, o governo alega que estava em negociação e que não dará continuidade enquanto a categoria estiver paralisada.
A maioria dos alunos, ao que tudo indica e de acordo com o posicionamento de algumas entidades estudantis, é favorável ao movimento dos professores, inclusive, participando intensamente das manifestações promovidas pela categoria.
Segundo Delly Maciel, representante da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) em Itapoá, as aulas na Escola Nereu Ramos – única do Estado na Cidade – estão sendo adaptadas de acordo com a quantidade de professores que ainda não aderiram à greve. Estima-se que 26 professores locais já aderiram ao movimento e cerca de dez permanecem lecionando.
Como forma de esclarecer a situação da greve no Estado e, mais especificamente, em Itapoá, uma reunião dos professores estaduais locais com pais, alunos e comunidade está marcada para a próxima terça-feira, dia 31 de março, nas dependências do Restaurante Araucária, em Itapema do Norte (avenida André Rodrigues de Freitas), ocasião em que os profissionais do magistério pedirão o apoio e a atenção de todos para a situação em que vive a Educação estadual.
Confira a nota de apoio de Delly Maciel, representante da UBES em Itapoá, à greve do magistério catarinense:
“Venho, por meio deste, representando a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) no município de Itapoá, declarar meu apoio total à greve dos professores do estado de Santa Catarina. A UBES apoia a greve, porque tem a compreensão de que a MP [medida provisória] irá prejudicar os professores, que são uma categoria só, e o estado está tentando dividi-la para desmobilizar os professores e, com isso, o Estado vai retirar direitos conquistados durante anos. A MP 198 retira os poucos direitos que o Estado garantia para os professores, que foram conquistados à base de muita luta.
E, aos estudantes da E.E.B. [Escola de Educação Básica] Nereu Ramos, convido todos a se unirem à greve dos professores em defesa de uma valorização digna do professor.
Professores de Itapoá, contem comigo e com a UBES para apoiá-los nesta luta por direitos.
O professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo!”
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