Autoridades em alerta com chegada de produto tóxico a São Francisco do Sul

Foto do incêndio químico de 2013.
Foto do incêndio químico de 2013.

Cerca de 10 mil toneladas de coque verde de petróleo estão em uma carga que deve desembarcar no Porto de São Francisco do Sul entre os dias 28 e 31 de julho. A proprietária da carga, que vem dos Estados Unidos, é a empresa Votorantim. Trata-se da primeira operação de descarga desse material nesse porto, a qual será realizada de forma experimental, para que seja possível avaliar o real potencial da operação do produto no Terminal. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Francisco do Sul está preocupada em avaliar, principalmente, os riscos dessa substância à saúde e ao meio ambiente. A pasta, inclusive, já notificou o Porto para que não seja realizado o desembarque até que se tenha total conhecimento sobre a periculosidade do produto. Fernanda Vollrath, secretária municipal de Meio Ambiente de São Francisco do Sul conta que a pasta está exigindo todas as licenças específicas, bem como os procedimentos que serão adotados no descarregamento e transporte do material. Segundo ela, a Secretaria irá analisar o processo e encaminhá-lo ao Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Hídricos), a fim de que tal órgão também se manifeste, visto que a licença ambiental é de competência deste.

Paulo Corsi, presidente do Porto de São Francisco do Sul garante que nada que possa oferecer risco ao meio ambiente ou às pessoas será feito. Ele conta que o terminal portuário aguarda análise da Secretaria Municipal de Meio Ambiente para confirmar se a operação será ou não confirmada.

Segundo a empresa Soin (Soluções Inteligentes), responsável pela operação, a carga não ficará armazenada em São Francisco do Sul, sendo o destino final, Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba, onde fica a sede da Votorantim, grupo empresarial que atua no ramo industrial e financeiro.

Ainda de acordo com a Soin, todas as medidas necessárias para a realização da operação estão sendo tomadas. Para a empresa, o principal fator de risco é a emissão de poeira, a exemplo do que já ocorre com os demais produtos movimentos no Porto de São Francisco do Sul. A empresa alega que utilizará uma tecnologia inédita para a contenção de partículas, de forma que estas não sejam suspensas no ar. Haverá, ainda, contenção para que também não caiam no mar.

Estudiosos da área de Engenharia Ambiental afirmam que a carga em questão é composta de substância oriunda da queima do petróleo e, portanto, tóxica. O material tem potencial explosivo e cancerígeno.

A preocupação sobre o tema aumenta à medida em que um filme passa na cabeça de toda a população da região. Há 10 meses, em setembro de 2013, uma carga de fertilizantes á base de nitrato de amônio explodiu em São Francisco do Sul. Uma fumaça química encobriu o céu da cidade por 57 horas. Ao todo, 269 pessoas deram entrada no Hospital Nossa Senhora das Graças e em outras unidades de saúde da Cidade após inalarem fumaça. Todos foram monitorados por uma semana, mas apesar do susto, não apresentaram consequência mais graves.

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Thiagão

Jornalista pela PUC/PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) com pós-graduação em Marketing Empresarial pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), Thiago Gusso já trabalhou em importantes projetos de comunicação de Curitiba (PR) e Itapoá. Atualmente, responde pela Direção do site Tribuna de Itapoá e do jornal impresso Itapoá Notícias, nos quais segue também em sua atuação como jornalista. E-mail: thiago@itapoanoticias.com

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