“Mobilidade e segurança”, por Werney Serafini

Em Itapoá, algumas demandas são recorrentes. A rodoviária e a segurança nos bairros da cidade, por exemplo.

Itapoá cresce no sentido beira mar por quase trinta quilômetros. Constituíram-se núcleos, como a Barra do SaÍ, no extremo norte, Itapema e Itapoá na região central, Pontal da Figueira no extremo sul e entre eles, outros tantos, interligados por um único acesso pavimentado.

Esse modelo de ocupação oferece poucas alternativas para a mobilização das pessoas, e em razão disso, não há consenso quanto a localização de uma rodoviária. Na Barra do Sai, uma tentativa não deu certo por estar distante do Pontal da Figueira; em Itapema do Norte, por ser distante de ambos e por aí segue.

Fato é que nos 32 anos de emancipação política do município, mesmo com o significativo incremento demográfico e as pontuais tentativas de cada administração, Itapoá não tem rodoviária e, nas condições atuais, dificilmente terá. As frequentes reclamações sobre a segurança pública comprovam o desagrado da população.

Quanto ao transporte coletivo, os ônibus chegam, percorrem a cidade, embarcando e desembarcando passageiros em “paradas” desprovidas de abrigos que proporcionem segurança e conforto aos usuários. Alguns, sequer tem a indicação visual de parada. As passagens são compradas em Itapema, na “agência” das empresas concessionárias do transporte. A curto e médio prazo, Itapoá, talvez, nem precise de rodoviária nos moldes tradicionais, ou seja, um único e concentrador terminal de passageiros.

Uma alternativa, estruturada com base no modelo em prática, poderia resolver. Ao invés da rodoviária central, as “paradas” atuais poderiam ser transformadas em “terminais modulares” menores, adaptados às necessidades de cada localidade.

Projetar-se-ia instalações simples e modernas, bem construídas, com estética agradável e apropriada para as pessoas aguardarem os ônibus confortavelmente. Algumas com Internet/ wifi, sanitários nas mais movimentadas, boa iluminação, câmeras de vigilância e conectadas ao transporte urbano.

A segurança pública apresenta o mesmo problema da centralização. É praticamente impossível, atender com a estrutura existente, ocorrências em Itapema, outras no Pontal ou na Barra, simultaneamente. Os terminais poderiam conter um espaço para a Polícia Militar manter uma “viatura” e respectiva equipe de policiais militares, proporcionando segurança não só ao terminal, mas, por extensão a comunidade do entorno.

A Guarda Municipal de Itapoá, cujas atribuições não estão totalmente definidas, sob orientação da Polícia Militar, atuaria na administração dos terminais, consolidando a iniciativa do Conselho de Segurança – CONSEG, com o eficiente e comprovado programa “Redes de Vizinhos”, descentralizando e racionalizando, por assim dizer, o sistema de segurança pública da cidade. Como se diz popularmente, “dois coelhos pegos com uma só cajadada”.

No espaço de cada administração, poderiam ser construídos terminais, começando pelos núcleos mais populosos e distantes, certamente a custos menores que os necessários para o empreendimento de uma única rodoviária do tipo tradicional.  Alguns desses terminais, poderiam até ser terceirizados.

Como contribuição uma sugestão: estabelecer “protótipo experimental” na Avenida das Nações, no “Parque Linear”, ou Jardim Ambiental, do Balneário Princesa do Mar, que tem espaço suficiente e localização apropriada para acolher empreendimento dessa natureza.

Quem sabe, no projeto arquitetônico, contemplar o terminal com telhado verde ecológico, energia fotovoltaica, coleta de lixo reciclável e captação das águas da chuva, condizente com os tempos atuais de valorização ambiental.

Itapoá (Inverno), setembro de 2021.

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Werney

Werney Serafini é presidente da Adea – Associação de Defesa e Educação Ambiental. Acredita no desenvolvimento de Itapoá com a observância de critérios ambientalmente adequados.

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