
“Cultura Inclusiva”, por Mutti Kirinus

Como já disse o reconhecido mundialmente pensador Paulo Freire: “Não existe imparcialidade, todos são orientados por uma base ideológica. A questão é: sua base ideológica é inclusiva ou excludente?”
Não é por acaso que as iniciativas em valorizar os investimentos em cultura, como a aprovação e execução da lei Aldir Blanc e a conquista recente da aprovação da lei Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2 partiram da iniciativa de partidos que possuem uma ideologia inclusiva.
Também não é por acaso que os ataques as ferramentas da cultura como a lei Rouanet, e ataques a artistas consagrados, e outras tentativas de desmonte da cultura vem na sua grande maioria de pessoas partidárias de ideologias excludentes.
Isso se deve ao fato que as iniciativas em torno da cultura são essencialmente inclusivas, seja através da universalidade inerente a própria obra de arte em si, nas suas mais diversas expressões artísticas, como no ensino e aprendizagem das mesmas que tem o ser humano como matéria prima. As ações culturais também promovem uma consciência crítica, cidadania, empatia, sentimento universal de humanidade, o que não é interessante para as ideologias excludentes.
Enfim, todo investimento em cultura e educação ou gera inclusão, ou gera o desejo da inclusão. Se é impossível sermos imparciais, a escolha de uma ideologia através do voto vai gerar um caminho para a inclusão através do investimento nestes tão importantes setores da sociedade, ou para exclusão através do desmonte destes setores, interesse das ideologias excludentes.
Indo mais a fundo, quem não participa de nenhuma atividade cultural, direta ou indiretamente, não está sendo imparcial, existe uma responsabilidade sobre este não participar, pois não participar também é uma escolha. Ou seja, ou se está no caminho da exclusão ou inclusão, não existe imparcialidade. Sob uma perspectiva existencialista, somos todos corresponsáveis pela direção que nossa casa, bairro, cidade, estado ou país caminha. Não tomar nenhuma iniciativa para se tornar um ser humano mais inclusivo já é uma decisão, não refletir sobre isto também já é uma decisão.
Sabemos que existem muitas pessoas que lutam pelos direitos e investimentos em cultura e sociedade. Apoiá-los ou não apoiá-los de alguma forma também é uma decisão.
Ou seja, se não existe imparcialidade, você caminha para a exclusão ou inclusão dos indivíduos?
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Helmuth A. Kirinus é mestre em Filosofia pela UFPR, formado em gestão cultural e músico. Atualmente coordena 8 projetos via lei Rouanet de incentivo à cultura e 4 via Sistema Municipal de Desenvolvimento da Cultura de Joinville. É professor de violão e coordenador da Escola de Música Tocando em Frente em Itapoá. Atua também como representante técnico do setor Comunicação e Cultura dos projetos do Ampliar pelo Porto Itapoá.
Romeu Gomes de miranda
Muito boa reflexão. Hitler também, assim que assumiu a chancelaria na Alemanha, em 1933, iniciou uma cruel perseguição á cultura.
JOAO COLBERT BELLO
Maravilhoso seu texto.
“O importante não é o achado, mas o mover-se na busca” diria Paulo Freire.
Importante ressaltar que foi vetada pelo m Presidente Bolsonaro lei que beneficiaria em muito a Cultura em todo País. Esperamos que oa deputados federais derrubem 9 veto nos proximos dias.
Defender a Cultura é defender a “ARTE COMO FERRAMENTA DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL” e defender a inclusão em todos os seus aspectos.
Brincabraços.
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