Tecido, linhas e elásticos adaptados ao novo cenário

Quando adaptação é a palavra da vez, ela não tem tempo e nem lugar: está presente nas mais variadas atividades que podemos imaginar e, atualmente, especialmente no artesanato e na costura: é de lá que saem muitas das máscaras que hoje estão nas ruas. Diferentes técnicas e peças fizeram um intervalo das máquinas de costura para dar vez às máscaras de tecido. E mais do que um aprendizado e uma adaptação, as queridas do momento também se tornaram uma nova fonte de renda.

Foi assim para a artesã Rosemeire Soares Munhoz da Rocha. Com uma rotina dividida entre o artesanato e atendimentos de depilação e massagem, tudo mudou com a chegada do coronavírus e foi preciso se reinventar para conseguir manter a casa.

Conforme ela, as máscaras já são pesquisadas há quase sete meses. “Eu acompanho muitos blogs de costura e um dia vi máscaras para mulheres que fazem quimioterapia. Achei a ideia muito bacana e salvei alguns moldes”, lembra. Os moldes ficaram na gaveta por algum tempo até sair a primeira confirmação do coronavírus no Brasil. “Naquele dia, eu comecei a fazer para a minha filha, que trabalha em uma unidade básica de saúde, e não parei mais”, conta.

A filha Gabriela, mais do que incentivadora das primeiras máscaras, tornou-se fundamental para que todos os pedidos e encomendas fossem atendidas: ficou responsável pelo corte dos tecidos e pelo acabamento. Em cerca de um mês, mais de 400 máscaras foram vendidas.

Segundo mãe e filha, as máscaras contam com a herança de todos os outros trabalhos já desenvolvidos: carinho e cuidado. Pesquisaram bastante sobre o melhor formato, tipo de costura e elástico para que as máscaras protejam e sejam confortáveis. “As máscaras vão esterilizadas, em saquinhos e com um cheirinho gostoso para transmitir um pouco do nosso afeto nesse momento difícil”, fala Gabriela.

O resultado foi muito além do que esperado e, para agradecer o que as máscaras ajudaram a superar, estão desenvolvendo algumas peças para doação. Também, novos itens agregados às máscaras já estão sendo pensados para que, conforme elas, a adaptação das pessoas ao novo item fundamental seja tranquila. “Nunca mais teremos os mesmos hábitos, mas tudo é questão de adaptação e somos seres adaptáveis”, complementa Gabriela.

E assim, entre tecidos dos mais variados tons e estampas, adaptamo-nos e percebemos que é preciso e possível sorrir, mesmo que com os olhos.

FOTO: Augusta Gern / Itapoá Notícias.

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Augusta Fehrmann Gern

Augusta Gern. Jornalista pela Instituição Educacional Bom Jesus / Ielusc (2012) e mestre em comunicação pela Universidade Federal do Paraná - UFPR (2017). Tem experiência em assessoria de imprensa, comunicação empresarial e redação e, atualmente, trabalha com produção de conteúdo e assessoria de imprensa.

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