INtrevista conversa com Jerry Sperandio sobre o mercado imobiliário local

No dia 04 de agosto, Jerry Luís Sperandio, sócio e diretor geral da Imobiliária Sperandio, concedeu uma entrevista ao Canal INtrevista, na qual comentou o desenvolvimento do mercado imobiliário local, o atual momento e as expectativas em torno do tema.

Há 15 anos, quando Jerry passou a atuar no segmento, as transações imobiliárias de Itapoá ocorriam mais envolvendo compra e venda de terrenos, que até hoje possui uma disponibilidade muito grande. Com o advento do Porto em 2011, houve uma mudança significativa nesse cenário, pela qual cresceu a demanda por casas prontas.

De uns quatro anos para cá, Itapoá passou a viver outro momento imobiliário: o início da verticalização. Os terrenos melhor localizados, com valor maior, acabam sendo aproveitados para empreendimentos também maiores, com mais unidades, por parte das construtoras. Para Jerry Sperandio, há boa expectativa de grandes investimentos em Itapoá, com construtoras locais, que cresceram, além da chegada de empresas de fora, que têm uma expertise no assunto.

Ele explica que quem não conhece bem Itapoá pode estranhar uma aparente falta de organização e de infraestrutura nas ruas, mas quem conhece sabe que já melhorou muito e vem melhorando significativamente de uns anos para cá. Jerry comenta também que até 1989, quando virou município, Itapoá pertencia a Garuva e anteriormente, a São Francisco do Sul. As propriedades (terras) foram, na maioria, loteadas, antes de Itapoá se tornar município. “Infelizmente, não existia uma preocupação e não dá para culpar o loteador, porque ele atendia aos requisitos da época, mas não havia uma preocupação do poder público, das prefeituras, que tinham suas sedes longe [de Itapoá]”, detalha Sperandio. Naquele tempo, o loteador não tinha a obrigação de providenciar toda a infraestrutura e a pouca obrigação que recaia sobre si, carecia de fiscalização.

Como grande parte urbana de Itapoá foi loteada nas décadas de 1960 e 1970, a cidade ficou muito espalhada pelo seu extenso território de 256 km². “Isso não tem muito o que fazer. Tem que ser o decorrer do tempo para que ocorra essa urbanização, vamos dizer assim”, explica Jerry.

“Nós amadurecemos muito nos últimos anos”, considera. Ele cita que Itapoá foi o primeiro município do Brasil que teve um plano diretor, “isso em 2001, salvo engano”. Há cinco anos, em 2016, esse plano foi atualizado, inclusive. Para Sperandio, há fatores que podem e devem ser melhorados, mas há destaques positivos interessantes.

No dia 03 de agosto, houve uma audiência pública que tratou da outorga onerosa, dispositivo previsto no plano diretor de 2016 que ainda carece de regulamentação. Ela dispõe sobre o potencial construtivo. Trata-se de comprar um potencial maior para poder construir um pouco mais no mesmo terreno. No último dia 09 de agosto, a lei que institui essa outorga onerosa foi aprovada. “O [Poder] Executivo [Municipal] foi feliz de inserir, nesta lei, o FSI (Fator Sustentabilidade e Inovação). Também é uma situação que precisará ser regulamentada, mas já está prevista nesta lei. Isso quer dizer que, conforme a construtora fizer o empreendimento com recursos tecnológicos de preservação social, conservação ambiental, reaproveitamento de água, áreas comuns, utilização de energia solar, fotovoltaica, enfim, meios sustentáveis, terá um desconto na compra desse potencial construtivo. Isso atrai empresas socialmente responsáveis e será um grande avanço para a nossa cidade”, considera Jerry.

Para o empresário do ramo imobiliário, há muita coisa a ser melhorada, mas Itapoá está muito a frente de municípios mais antigos e tem tudo para dar um salto muito grande de empreendimentos na cidade.

Caminhando para o final da conversa de Jerry Luís Sperandio com o jornalista Thiago Gusso para o INtrevista (intrevista.com.br), o empresário citou alguns pontos que no seu entendimento confirmam que Itapoá tem um potencial imobiliário enorme, tanto em valorização dos imóveis como na questão de ser um lugar melhor para se viver:

Gasoduto que passará pela cidade

De início, deve gerar receitas para o município devido às obras, que movimentarão o comércio local. O principal impacto será a possibilidade de Itapoá contar com energia mais limpa, que é o gás natural. Também haverá um centro de distribuição local, que gerará empregos e tributos ao município.

Segunda fase de ampliação do Porto Itapoá

Está para ser realizada. A obra aumentará o consumo local de imediato. Na sequência, novos postos de trabalho serão abertos e haverá maior arrecadação de ISS (Imposto Sobre Serviço) para o município.

Terminal portuário da Coamo na cidade

Anunciado recentemente, ainda sem muitos detalhes, mas também deve trazer mais empregos e arrecadação em breve.

Riviera Santa Maria

Já foi objeto de outra entrevista do canal INtrevista (intrevista.com.br), ocasião em que Rubens Gunther, sócio da empresa responsável pelo projeto, deu detalhes do que será um grande marco para o desenvolvimento da cidade.

Outorga Onerosa

Questão já comentada nesta matéria, que irá aumentar o número de construtoras a aportarem e investirem no município.

Duplicação do acesso a Itapoá

Considerada por Jerry Sperandio como uma “quase realidade”. A licitação do projeto já ocorreu, com empresa vencedora definida. A previsão é de que o projeto seja concluído ainda em 2021, para que em 2022, seja iniciada a execução da obra que irá melhorar muito a infraestrutura da ligação entre Garuva e Itapoá.

Obras públicas locais

“Estão acontecendo. Sem entrar no mérito de questões partidárias, mas realmente existem algumas obras de urbanização. Impossível, fazer em toda a extensão, mas precisa começar em alguma parte”, considera Jerry.

Aproveitamento do material da dragagem do canal de acesso aos Portos

Já existe estudo comprovando que o material da dragagem dos portos da Baía da Babitonga é compatível com o necessário para fazer a recomposição da orla danificada em Itapoá. Estima-se que os 7 a 9 milhões de metros cúbicos de material previsto para ser retirado na dragagem restituiria oito quilômetros da orla que vai do balneário Brandalise ao Princesa do Mar. “Já temos esse ‘boom’ de crescimento em nossa cidade. Imagine com uma faixa de areia maior, a possibilidade de reconstruirmos a faixa atlântica, onde ela foi danificada. Então, é algo que precisamos levantar a bandeira e seguir adiante”, considera.

A entrevista completa concedida por Jerry Luís Sperandio ao INtrevista estará disponível (no endereço intrevista.com.br) a qualquer momento.

 

Confira, abaixo, a entrevista na íntegra:

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Thiagão

Jornalista pela PUC/PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) com pós-graduação em Marketing Empresarial pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), Thiago Gusso já trabalhou em importantes projetos de comunicação de Curitiba (PR) e Itapoá. Atualmente, responde pela Direção do site Tribuna de Itapoá e do jornal impresso Itapoá Notícias, nos quais segue também em sua atuação como jornalista. E-mail: thiago@itapoanoticias.com

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