No Dia do Doador de Sangue, itapoaense comemora doação de medula 100% compatível

Depois de mais de 10 anos cadastrado como doador voluntário, o engenheiro civil Heitor Rzewuski recebeu contato do Redome e fez a doação no último dia 06 de junho

O Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado nesta quarta-feira, dia 14 de junho, foi definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a campanha do “Junho Vermelho” foi instituída em 2015 pelo Ministério da Saúde, para incentivar as doações voluntárias de sangue. Santa Catarina contabiliza estoque abaixo do necessário, principalmente do sangue “O – ”, apesar de 50 mil pessoas terem doado sangue nos cinco primeiros meses de 2023, e das várias ações de conscientização para chamar doadores. As informações são do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (HEMOSC), que há 35 anos é responsável por 99% do sangue coletado e transfundido em Santa Catarina.

O sangue doado é utilizado em diversos tratamentos e ajuda pacientes que sofrem de diferentes doenças ou correm risco de morrer. Além de auxiliar em cirurgias complexas, cuidados maternos e neonatais, também ajuda pessoas que têm doenças como anemias graves. Por isso, o HEMOSC reforça a importância da doação de sangue com o slogan “Junho Vermelho: conectando você com a solidariedade”, para que mais pessoas reflitam sobre a importância desse ato solidário para salvar vidas.

E é possível salvar vidas também se cadastrando para ser doador de medula óssea. Quando alguém vai doar sangue pode se cadastrar como doador de medula. Para isso, é coletado somente um tubinho a mais de sangue e é feito o cadastro no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Uma prova que esse simples gesto pode, sim, salvar vidas foi o caso recente do servidor público da Prefeitura de Itapoá, o engenheiro civil Heitor Rzewuski. Em setembro do ano passado (2022), ele recebeu uma ligação sendo informado de que havia sido identificado com a medula 100% compatível com um paciente de outro país. “Eu fiquei surpreso, pois havia me cadastrado há mais de 10 anos como doador de medula, porque um amigo meu adolescente estava com leucemia”, conta. Depois de confirmar que ainda era doador, Heitor passou por exames para confirmar a compatibilidade e no último dia 06 de junho fez a doação.

O procedimento foi feito no Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, acompanhado pelo Dr. José Antônio Calza, médico hematologista do Hemosc e responsável pelo procedimento de doação de medula óssea. Segundo o médico, a compatibilidade de 100% é muito rara, mas quanto mais pessoas se cadastrarem como doadores voluntários, maior a chance de encontrar doadores. “No Brasil, há mais de 5 milhões de doadores cadastrados. Somos o terceiro colocado em cadastramento no mundo todo. Em primeiro estão os Estados Unidos e, em segundo, a Alemanha. Realmente é muito raro encontrar um doador 100% compatível, pois a chance de dar certo é maior. No caso do Heitor, o doador é de outro país, ou seja, o cadastro vale para pessoas de todo mundo. Isso aumenta a chance dos pacientes”, afirma Calza.

O médico hematologista explica que a técnica para a doação de medula é muito simples. “Há duas técnicas e a utilização de uma delas depende da doença do paciente que, na maioria dos casos, é um tipo de câncer, como leucemia ou linfoma, quando a única chance da cura é pelo transplante”, diz Calza. Ele informou que a técnica utilizada para a doação do Heitor é a chamada aférese. “Consiste na separação dos componentes do sangue por centrifugação, por meio de um equipamento automatizado. Antes disso, o doador toma um medicamento durante 5 dias, que é absolutamente seguro e, depois disso, a máquina separa especificamente a célula-tronco. É uma técnica muito segura. Dura apenas 4 horas, nas quais o doador não sente nada. Só fica na maca e pode assistir TV ou ficar no celular”, conta o médico.

Heitor relata que foi um processo muito tranquilo para ele. “O mais importante para mim é saber que dentre tantas pessoas no mundo, a minha medula foi 100% compatível e com muito pouco trabalho uma vida foi salva. Isso é muito gratificante”, comemora.

De acordo com o Dr. Calza, a medicação utilizada para o preparo do doador é segura e não gera nenhuma complicação no futuro. Há somente algumas dores ósseas, porque ela estimula a medula a trabalhar. “Após a medula ser coletada, preciso correr, pois o prazo é de somente 48 horas para fazer o transplante. O sangue que passa pela máquina fica separado em uma bolsinha. Em seguida, colhe-se uma pequena amostra para separar a célula-tronco que é enviada para o local onde paciente se encontra e faz-se a infusão, que também é um processo simples, infundir a medula na veia do receptor”, diz.

O cadastro é fácil, e o processo de doação é tranquilo e sem riscos. O que falta é as pessoas se atentarem para o quanto um gesto pequeno é importante na vida de alguém que está à procura de um doador. Por isso, não basta somente falarmos do assunto em um dia ou em um mês, mas é preciso sempre relembrar as pessoas para buscarem o banco de sangue mais próximo. “O HEMOSC faz a conexão entre os que doam o sangue e os que precisam dele, e isso é feito por nós com muita qualidade, responsabilidade e respeito. Esperamos os doadores para termos um inverno com os estoques de sangue adequados”, comenta Patrícia Carsten, diretora-geral do HEMOSC.

As principais informações sobre os requisitos para a doação, locais e horários de atendimento para que sejam realizados os agendamentos estão disponíveis no site www.hemosc.org.br

Quer ser um doador? Entre em contato com o HEMOSC mais próximo, que no caso de Itapoá e Garuva é o HEMOSC Joinville, que atende pelo telefone (47) 3305-7524 ou 3305-7514.

 

Da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Itapoá, com adaptação da Tribuna de Itapoá.

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Thiagão

Jornalista pela PUC/PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) com pós-graduação em Marketing Empresarial pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), Thiago Gusso já trabalhou em importantes projetos de comunicação de Curitiba (PR) e Itapoá. Atualmente, responde pela Direção do site Tribuna de Itapoá e do jornal impresso Itapoá Notícias, nos quais segue também em sua atuação como jornalista. E-mail: thiago@itapoanoticias.com

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