“Central Park em Itapoá, por que não?”, por Werney Serafini
Um artigo do paisagista joinvilense Jordi Castan, publicado em 2008 no “A Notícia”, traz uma oportuna comparação.
Conta que em 1851, chegaram os primeiros imigrantes vindos da Europa e estabeleceram os contornos urbanos da então incipiente Joinville.
Há 166 anos, a cidade de Nova York comprou uma área com 341 hectares, que hoje constitui o Central Park, conhecido parque urbano, que atualmente é um dos metros quadrados mais valorizados do mundo.
A compra foi sugestão de empresários que resolveram implantar um parque para, simultaneamente, proporcionar opções de lazer para toda a população, permitir o passeio das charretes e montarias, comuns naquele tempo e oferecer uma alternativa de entretenimento aos bares que infestavam a cidade. O Central Park mantém até hoje as características de espaço público popular e democrático.
Em um olhar especulativo, o Central Park poderia parecer um desperdício, uma enorme área verde situada no coração de Manhatan, onde poderiam ser construídos condomínios residenciais, edifícios comerciais, estacionamentos, shopping centers e uma infinidade de outros empreendimentos urbanos, em local com valor imobiliário inigualável.
Numa visão estreita, os parques não deveriam ocupar áreas valorizadas mas, apenas as de pouco valor, sujeitas a nenhuma ou pouquíssima utilidade comercial. Não foi esse o propósito dos nova-iorquinos da época. Não pretendiam uma solução barata. Vislumbraram um futuro distante, muitos anos à frente, quando em geral, a visão de gestores e políticos dificilmente ultrapassa os quatro anos de um mandato.
Como exemplo em Itapoá, o Parque Municipal dos Carijós, uma área degradada, invadida e abandonada as margens do rio Saí Mirim, cuja principal finalidade, foi atender uma condicionante para regularizar antigos loteamentos no entorno.
O momento é oportuno para estender o olhar além dos horizontes visíveis, voltado ao presente e ao futuro e as gerações seguintes com propostas estruturantes em termos socioambientais. Não há mais espaço para soluções pequenas, improvisadas ou mal elaboradas.
Às vésperas do surgimento de um grande empreendimento urbano, concebido no conceito das modernas cidades inteligentes, há que se pensar em uma Unidade de Conservação, tipo parque ou jardim botânico, com área de visitação e lazer e infraestrutura adequada, planejada e permanente, que não precise de reformas frequentes pela falta de cuidados, comum aos espaços públicos. Um empreendimento aberto para a população desfrutar e ao mesmo tempo que valorize economicamente os imóveis do entorno, transformando-os quem sabe, no futuro metro quadrado mais valioso de Itapoá.
Itapoá (Primavera), novembro de 2019.
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