“Cultura e Cidadania”, por Mutti Kirinus
Que todos deveriam ter acesso a oficinas, espetáculos, cursos, editais, e atividades culturais é uma afirmação óbvia e redundante. O nome desse ideal se chama democratização de acesso à cultura.
Refletir sobre os motivos por que isso não se realiza é nosso papel, inclusive na busca de alternativas para concretizá-lo. O motivo financeiro, injeção de recursos no setor, talvez não seja o grande problema, visto que há arrecadação suficiente para tal, ou empresas privadas que o fazem ou poderiam fazer através das leis de incentivos fiscais.
No caso da administração pública, quanto mais autoritário for o governo e, portanto, menos interessar a participação pública, menor será o investimento em Cultura. Isso acontece, pois o acesso às artes promove, no indivíduo, além de uma consciência história, um aumento da percepção e um desejo de perfectibilidade, de progresso e melhoria constante.
Em artigo anterior “Perfeito não, perfectível”, tratamos dessa característica humana, de constante busca de progresso pessoal ou coletivo, que levou a humanidade até onde ela se encontra. Enfim, somos sempre capazes de melhorar um pouco mais nos mais diversos aspectos. No entanto, a percepção desse fato, dessa condição humana, e desse desejo, pode ser incentivada ou sublimada, levada ao esquecimento, o que leva a uma aceitação do pouco que é ofertado e uma alienação sobre o que se poderia buscar em termos de melhorias.
Enfim, o principal motivo do não investimento em cultura por parte das administrações municipais, estaduais e federal no país é o fato de que ela transformaria os indivíduos em cidadãos. Em pessoas críticas, conscientes, e sedentas de constantes melhorias para si, para seus direitos, para seu bairro, para sua cidade e seu país.
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