MOMENTO ACORI: A pose da corrida

O ano começou, 2017 já está rolando e, como todo inicio de ano, traçamos uma nova perspectiva. Estimulados com a sensação de renovação, buscamos sempre novidades e melhorias para o ano que chegou.

Nesse caso, que tal começar o ano “no prumo”, com a mecânica alinhada. Quando digo “no prumo”, não estou falando sobre estabelecer metas e traçar medidas para atingir objetivos, isso todos nós já fazemos. Estou falando sobre alinhamento corporal, POSTURA.

Ao falarmos sobre postura sempre vem à mente aquela imagem de uma pessoa andando ou sentando corretamente, alinhado, com a coluna vertebral ereta, lembrando daquela frase clássica: “barriga pra dentro, peito pra fora”. Isso não deixa de estar correto, mas será que todos sabem o que é postura? Por que devemos dar atenção a ela?

Por definição, e de forma generalizada, pode-se dizer que a postura é uma atitude corporal, uma maneira característica de uma pessoa sustentar o corpo, não só em pé ou sentado, mas adotar um posicionamento corporal adequado para uma atividade específica, ou seja, se uma pessoa vai trabalhar sentado, ela vai buscar uma posição confortável, onde não precise fazer esforços desnecessários para desempenhar suas tarefas, o mesmo vale para quem trabalha em pé.

Atletas, ao realizarem o seu treinamento ou sua atividade esportiva, também buscam um padrão de posição corporal para desempenhar seu gestual de treino ou esportivo de forma a não fazer esforços desnecessários.

A essa altura, creio que o leitor já saiba qual a finalidade da postura. Nada mais é do que nos ajudar a realizar nossas atividades de vida diária, em casa, no trabalho, na prática esportiva e até mesmo no lazer de forma eficiente, com o menor grau de esforço possível e a maior eficiência na realização de movimentos.
Isso até parece incoerente no pensamento daqueles que acreditam que quanto maior o esforço melhor os resultados. Pelo contrário, o mal posicionamento de um indivíduo na hora de desempenhar suas funções, seja ela no trabalho ou no esporte, não leva apenas a um gasto energético maior, ou seja, maior esforço; a má postura, inicialmente, leva à fadiga e favorece ao aparecimento de lesões musculares, pois a estruturas corporais envolvidas no movimento, além de desempenharem maior esforço, trabalham fora de sua mecânica natural. É fácil visualizar essa situação quando pensamos na seguinte analogia: imagine um grupo de engrenagens funcionando. Agora, imagine esse mesmo grupo de engrenagens funcionando com uma ou mais peças fora do seu eixo adequado, todas as outras peças ficarão sobrecarregadas, sofrerão maior desgaste, e com o tempo o sistema todo quebra. Com o nosso corpo não é diferente.

E o corredor? Onde entra nessa história? Bom, se estamos falando de um posicionamento adequado nas atividades de vida diária, quem dirá a do corredor e os esportistas em geral. A boa postura é fundamental para o corredor em qualquer modalidade, pois o esforço prolongado de uma corrida associado a uma mecânica corporal inadequada, não somente resultam em fadiga e queda no desempenho, como aumentam muito as possibilidades de lesão.
Em 90% dos casos, os desvios posturais são desencadeados por desequilíbrios musculares ocasionados, na maioria das vezes, por atividades laborais sedentárias e repetitivas, que resultam em retrações musculares e diminuição de força em músculos importantes.

Infelizmente, para muitos, a corrida não passa de um ato de calçar um tênis bom, pegar um caminho e sair correndo. Nesses casos, a fadiga, dor muscular e lesões aparecem logo, desestimulando as pessoas a continuarem com a prática.

A corrida é muito mais do que isso. O ato de correr exige uma integração de vários grupos musculares, que devem trabalhar em conjunto e de forma harmônica. Por isso, é muito importante que os corredores, tanto iniciantes, quanto os mais experientes, procurem um profissional habilitado, faça uma avaliação postural e complemente seu treinamento com medidas educativas para correr “no prumo”.

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Flavio Martelozo

Flávio Rosa Martelozo, fisioterapeuta formado pela PUC-PR (2000), especialista em Fisiologia do Exercício pelo Instituto Brasileiro de Pós Graduação e Extensão (2002), Curso de Extensão Universitária Em Fisioterapia Traumatológica e Ortopédica pela Faculdade Evangélica do Paraná (2004), Especialista em Acupuntura pelo Instituto Brasileiro de Terapias em Ensino (2012). Atualmente, trabalha como profissional autônomo em consultório próprio, e em parceria com empresas de Florioanópolis em Cursos, Assessorias e Perícias em Fisioterapia. Ele escreve o Momento Acori, coluna com dicas da Associação dos Corredores de Itapoá.

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