“Quem sabe faz a hora”, por Werney Serafini

A construção de um mundo ecologicamente conservado, socialmente justo e economicamente sustentável é a premissa radical para a sobrevivência humana no Planeta.

A pobreza atinge parcela expressiva da população, enquanto a concentração da riqueza nas mãos de poucos é crescente. A degradação ambiental aumenta, o desemprego cresce e os índices de violência são exponenciais. A superexploração dos recursos naturais é consequência direta de um modelo econômico carente de revisão.

Uma sociedade solidária, com respeito ao meio ambiente, deixou de ser meta ideal e passou a ser condição básica para a sobrevivência da humanidade. Há que se materializar ações para restauração da Natureza.

O “aquecimento global”, hipótese provável, transformou-se em realidade inconteste. Segundo a maioria dos cientistas, estamos diante de um processo irreversível, próximo do não retorno, caso medidas urgentes não sejam adotadas.

O “efeito estufa”, considerado a principal causa do “aquecimento global”,  presente na forma de vapor d’agua e gás carbônico, retem parte do calor terrestre. Por um lado, atua como uma espécie de “estufa”, sem a qual a Terra tornar-se-ia inabitável.  Por outro, a concentração excessiva de gazes, eleva a temperatura global causando os fenômenos conhecidos por “mudanças climáticas”, ou seja, alterações nas estações do ano, eventos extremos na forma de secas, enchentes, furacões e ciclones como o verificado recentemente em Itapoá. Além da elevação do nível dos mares.

Há que se considerar a consequência do uso abusivo do recursos naturais como as florestas, combustíveis fósseis, carvão mineral e das atividades humanas de mineração, indústria e agropecuária.

As consequências do “aquecimento global” são perceptíveis nas alterações verificadas nas estações do ano, na expansão e no aumento da temperatura dos oceanos, na ocorrência frequente de eventos climáticos extremos como o furacão Catarina no Estado.

Para minimizar esses efeitos, além de medidas para a economia de eletricidade e de água, há que se reduzir, principalmente, o consumo excessivo e a consequente produção de resíduos descartáveis apoiando as iniciativas de reciclagem. Adotar hábitos alimentares mais saudáveis e sustentáveis e utilizar o automóvel racionalmente e, sempre que possível, priorizar o transporte coletivo nos deslocamentos diários.

Proteger a vegetação nativa, especialmente da Mata Atlantica. Plantar árvores, muitas árvores. Elas são importantes componentes do equilíbrio ecológico e eficazes sistemas de sequestro de carbono. No mundo, o desmatamento é responsável por 20% do carbono lançado na atmosfera todo ano, no entanto, apenas uma árvore é plantada para cada dez que são derrubadas.

E, finalmente, há que se passar por um processo de reeducação para o uso sustentável e à preservação dos recursos naturais. Buscar informações, leituras, assistir palestras, participar de oficinas e cursos. Exigir que as escolas promovam educação ambiental.

O consumo de cada pessoa por corresponder a um infinitésimo da fração do consumo global, equivocadamente, pode causar a impressão de ser um impacto inexpressivo. Todavia, a somatória de todos os infinitésimos consumidos adquire volumes inimagináveis. Em verdade, o futuro da espécie humana nunca esteve tão dependente da capacidade individual e coletiva para perceber os acontecimentos locais e globais que dependem de mudança nos valores e atitudes ambientais.

Como diz a canção: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer…”.

Itapoá (Outono), abril de 2023.

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Werney

Werney Serafini é presidente da Adea – Associação de Defesa e Educação Ambiental. Acredita no desenvolvimento de Itapoá com a observância de critérios ambientalmente adequados.

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