“Reunir e Distribuir”, por Mutti Kirinus

Entre 25 de janeiro e 02 de fevereiro, aconteceu o maior evento musical da América Latina, a 41° Oficina de Música de Curitiba. A ação mostrou, mais uma vez, que o incentivo às artes é promovido através do encontro, diálogo e troca entre os diversos profissionais, estudantes e amantes de cada segmento. O resultado dessa reunião, além de fortalecimento do setor, é justamente a redistribuição da riqueza adquirida e acumulada neste encontro. Quem teve a disposição e oportunidade de ir até essa fonte irá irrigar, com esse conhecimento e vivência, os locais em que atuam profissionalmente com a música. Nesse sentido, Itapoá foi representada por professores e músicos atuantes na cidade, entre eles o autor desta coluna cultural.

A riqueza de eventos como esse pode ser notada nos comentários desses participantes. ‘Foi muito Interessante descobrir novas linguagens e possibilidades, baseadas nos estilos musicais brasileiros que nos proporcionou o curso. Além disso, tivemos o contato e o conhecimento de outras maneiras de pensar a música de colegas e professores vindos de divesas partes do país”, conta Jocleison de Oliveira, professor da Escola Tocando em Frente e do “Projeto A Mais” de Itapoá, que participou do curso de Piano Popular, da professora Luisa Mitri, de Minas Gerais. Willian Rachid, professor de música do projeto Foral da Prefeitura Municipal de Itapoá, ressalta o altíssimo nível dos professores, tanto no erudito como popular, durante o curso e nas práticas de conjunto. Para ele, também se percebe um alto nível dos alunos. “Foi muito produtivo e gratificante”, diz. Já João Alexandre de Brzezinski, músico e ex-integrante da Orquestra “Sua Majestade o Violão” de Itapoá, declara que “o que é muito legal é que se trata de uma semana voltada só para a música. É muito intenso e aí se percebe uma valorização da música, mesmo. Em cada corredor, cada sala, ouve-se diferentes gêneros, linguagens, sotaques… E esses encontros vão retornar ao país e localidade de origem de cada participante, oxigenando e proporcionando um acréscimo musical em todo o país e até outros continentes”, considera.

Esse encontro somente foi possível graças à Lei de Incentivo Federal à cultura, Lei Rouanet, que todos os anos serve de ferramenta para que ele aconteça. Um encontro desse porte é praticamente impossível acontecer espontaneamente, sem um projeto, planejamento e principalmente sem recurso para reunir os mais consagrados nomes da música do Brasil e do mundo em um mesmo local, durante mais de uma semana. Para completar, o sucesso dessa iniciativa conta ainda com a realização de diversas atrações artísticas, às quais, os alunos da oficina têm acesso gratuito.

Mutti

Mutti

Helmuth A. Kirinus é mestre em Filosofia pela UFPR, formado em gestão cultural e músico. Atualmente coordena 8 projetos via lei Rouanet de incentivo à cultura e 4 via Sistema Municipal de Desenvolvimento da Cultura de Joinville. É professor de violão e coordenador da Escola de Música Tocando em Frente em Itapoá. Atua também como representante técnico do setor Comunicação e Cultura dos projetos do Ampliar pelo Porto Itapoá.

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